João Albano Fernandes, natural de Águeda e nascido em 1989, concluiu sua graduação em Arquitetura na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em 2013, e desde então tem se dedicado à sua profissão.
Paralelamente, ele tem explorado a escrita de ficção narrativa e recebeu diversos prêmios literários, incluindo o Prêmio Jovens Criadores 2019 pelo conto “Minha Primeira Corrida”, o Prêmio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho pelo conjunto de contos “Desafortunados”, seu primeiro livro publicado, o Prêmio Literário da Cordel d’Prata 2021 pelo romance “Uma Última Solidão”, lançado em 2022, e agora o Prêmio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2023 pelo romance “O Lixo dos Outros”, que está sendo lançado atualmente. Ele também participa de atividades teatrais com um grupo acadêmico, sempre buscando aprender com seus erros de forma mais eficiente.
Mais sobre a obra:
“Será que você me esqueceu, Mariana?”
Quais motivos levaram Florêncio, o protagonista de “O Lixo dos Outros”, a se afastar de sua filha, Mariana, de 30 anos? Quais são as divergências – ou talvez os preconceitos? – que os distanciam? Onde foi parar a felicidade que ele sentia ao ver as fotos dela, com sorrisos de orelha a orelha, quando ela tinha apenas 5 anos? Florêncio, com 55 anos, trabalha como gari há 15 anos. Durante a noite, ele recolhe mais de cinco toneladas de lixo. Atualmente, cada pessoa produz em média 65 metros cúbicos de lixo por ano – o suficiente para encher o volume de uma casa. As pessoas se afogariam em seu próprio lixo se não fosse pelos garis. Florêncio não tem conversado com sua filha há quase um ano, e não aceita o que ela faz. Alguns dizem que a profissão de gari é a mais antiga do mundo. Ele acredita que seja a mais degradante. Mariana não consegue compreender como seu pai, figura central em sua vida, pode rejeitá-la dessa forma. Ela não acredita que seja mais digno recolher o lixo dos outros do que buscar seus próprios desejos. Ela mudou de perspectiva há muito tempo. Será que um dia Mariana voltará correndo para ele, com a leveza de uma menina, perguntando: “Papai, estou bonita?”
Será que é mais digno recolher o lixo dos outros do que buscar seus próprios desejos?